quinta-feira, dezembro 06, 2007

22ª Maratona de Lisboa - 2 Dez 2007

Maratona de Lisboa? Isso é aonde?

Na véspera da prova, tendo em conta que era uma estreia na distância e como estamos perto do Natal e tal, decidi estabelecer um objectivo “modesto”, ou seja, terminar no Top 10.
É isso mesmo, depois das dificuldades que tive em encontrar o “Welcome Center” para levantar o dorsal fiquei seriamente convencido que a linha de partida ia ser constituída por uma dúzia de atletas, dois deles com dorsais falsos.

No entanto, quando cheguei com a minha Maria à Praça do Comércio, despida de animação/público/festa/público, vi-me obrigado a reformular o meu objectivo inicial. Afinal, houve mais pessoal que conseguiu encontrar o “Welcome Center” para levantar o dorsal. Bolas pá, se estes estrangeiros conseguiram encontrar o “Welcome Center” é porque devem practicar Orientação…

Dado o número da concorrência, resolvi reformular o meu objectivo por tempos.
Tendo em conta que demorei 15 minutos só em preparação para esta prova… aliás minto, foram 17 minutos de preparação intensiva, decidi que 8h:00’ chegavam para concluir o percurso.
Equipado a rigor com a minha Jersey de BTT azul bebé (Atleta Multi-disciplinar não pode ser esquisito com o equipamento….) dei inicio à minha corrida assim que se ouviu o tiro de partida.
Felizmente, o speaker lembrou-se de avisar em Português e apenas em Português que a partida ia ser dada a “qualquer momento”… o que também ajudou bastante aquele pessoal que queria ir ao WC a “qualquer momento”.
/* Os meus cumprimentos a todos os atletas estrangeiros que foram apanhados com os calções de Lycra na mão… */

Enfim, após 5 minutos de trote ligeiro, decidi reformular o meu Objectivo para 8h:00’:01’’, o ritmo estava algo lento e o pessoal juntava-se agora em grupos para ir na conversa. Já que não há público o pessoal sempre pode falar à vontade…

Há coisas que não percebo, falam sempre da falta de Público nestas provas… mas o povo Português apesar de ser pouco, sente com emoção a realização destas provas, especialmente se colocarem um agente da PSP a controlar o trânsito num cruzamento, então aí é que vão ver o Português a gritar e a gesticular que nem um verdadeiro hooligan.
Felizmente, os familiares e amigos dos atletas concentrados na Praça do Comércio fazem daquele local um Oásis no meio daquele deserto que é Lisboa.
E ainda falam da Margem Sul…

Ao longo dos primeiros 30 kms, segui com vários grupos de atletas de acordo com o ritmo que considerava adequado na altura, ou seja, entre o ritmo lento e calmo já estava a ver o meu objectivo na casa das 8h:00’:02’’.

Por volta do km 31, já começava a ficar preocupado porque nunca mais via o famoso muro dos 30 kms. Pensei cá comigo, queres ver que os gajos esqueceram-se de colocar o muro ?
Seria uma muro de pedra ? Transponível ou intransponível? Faltava aqui um mapazito pá…
Verdade seja dita, não cheguei a ver muro nenhum mas pronto… não há de ser nada, também com as cãibras que levava nas pernas também não devia ter força para subir muros.
Cãibras… essas malandras, primas da dor de burro e amigas do Empeno, estiveram sempre comigo até ao final. O final já estava perto e apesar do “novo andamento” cruzei a meta com 4h:19’ ao som exclusivo das palmas da minha Maria, esmagando o objectivo estabelecido em mais de 3h:41’. Brutal...

Resumindo, relativamente a esta prova, temos:
O Bom: - O Sol…
O Mau: - Imagem Nacional.
Para uma prova Internacional na sua 22ª Edição, com a responsabilidade acrescida de dignificar o nome de Portugal ao nível de Organização de Maratonas, achei esta prova muito mas muito fraca em todos os níveis.
Talvez tenha feito expectativas muito altas mas ficaria espantado se houvesse um Atleta estrangeiro que repetisse esta prova.
Falta púbico, falta dimensão, falta festa, faltam atletas, faltam resultados, falta tudo…

Mas pronto, no worries, venha o próximo empeno que este já deu o que tinha a dar.