sexta-feira, julho 18, 2008

II Raid de Orientação do Cabo Espichel


Raids de Orientação na Margem Sul não se podem perder.
Com partida do Castelo de Sesimbra, o percurso de Duatlo era composto por uma 1ª secção pedestre (11 Kms), com parque de transição para a secção de BTT junto ao Castelo de Sesimbra e Finish marcado na sede do GDU Azoia, na aldeia da Serra da Azoia.

Desta vez, não eram necessários alguidares para o parque de transição, bastava uma BTT, sapatos de encaixe e um camelback devidamente abastecido para um dia de calor extremo.
Equipado com chapeu, oculos de sol e uns calções curtos (santa ingenuidade), peguei no mapa e comecei a fazer contas à vida e às minhas pernas.
Ainda não tinha chegado ao 1º CP da pedestre e já me estava a arrepender de ter deixado as perneiras em casa. Ao 3º CP já tinha as pernas num verdadeiro Cristo e ainda não ia a meio da prova.
"Já não pode ficar pior que isto", pensei eu enquanto avaliava uma descida até ao próximo CP. Decidi arriscar e quando dei por mim estava a lutar só para conseguir sair do buraco em que me tinha metido.

Felizmente apartir daqui o percurso ficava mais limpo e a vegetação deixava de ser um problema. Cruzei-me entretanto com o Rui Marques e o Zen, que me deu uma dica preciosa para evitar mais algumas arranhadelas e tinha chegado finalmente à malha urbana de Sesimbra. Apartir daqui foi sempre a subir até ao Castelo com o Filipe Gomes da Brisa.

Chego finalmente ao parque de transição e o A.Neves passa por mim com uma transição ao melhor estilo de um verdadeiro Triatlo.
Com algum atraso e ainda a mastigar uma bela bananinha, arranco para o BTT com alguma hesitação. Sempre a descer até à lota de Sesimbra para depois subir até às Pedreiras do Zambujal. Apartir daqui foi rolar e apesar de alguns erros cometidos ao longo do percurso não houve precalços de maior.
A chegada ao campo de futebol da Azóia já foi feita com o tanque vazio e com os efeitos secundários do calor excessivo que se fez sentir durante o dia.

O Nelson, que tinha participado no Mini-Raid Pedestre, já estava à minha espera para mais de 1h. O Neves já lá estava à mais tempo... pelo que lhe dei logo os Parabéns por mais uma vitória numa prova dura e bastante renhida, apenas 22 segundos a separar o 1º do 2º classificado. Seguia-se o almoço e petiscada com as nossas Marias que aguardavam em casa com frascos de Betadine de 1L, pelo que as conversas e as despedidas na Azóia foram breves.

Esta doeu mas já está, venha a próxima...

quinta-feira, julho 17, 2008

XXI Triatlo do Ambiente - TAÇA DE PORTUGAL


Após uma semana de “estágio” de altitude no Gerês com um rigoroso plano de alimentação à base de carne mirandesa alternando com bacalhau à lagareiro, queijinho e presunto da região, tudo devidamente acompanhado por vinho verde tinto por causa dos antioxidantes, estava em pleno pico de forma para fechar a semana com o Triatlo de Oeiras.

Já em Oeiras mas com a cabeça ainda no Gerês, lá estava eu com a minha Comadre de alguidar debaixo do braço para entrar no parque de transição(PT) quando eis que sou interpelado por uma autoridade da FTP.
- Staff : “É proibido trazer alguidares para o PT.”
- Cromo do Alguidar: “A sério? Então e como lavo a areia dos pés?"
- Staff Anti-Alguidar: “Isso a areia faz parte pá…”, disse-me ele a rir com aquele ar de “És mesmo copinho de leite pá...”.

E pronto, agora já sabem, alguidares, corda da roupa, molas e sabão azul são estritamente proibidos no PT.
Entretanto, o meu Ironfriend ZEN já estava connosco e preparado para reviver os tempos em que a malta do triatlo ainda usava alguidar. Bons tempos….
Estavam reunidas as condições para uma excelente prova, o mar estava calminho, um sol radioso e uma moldura humana como nunca tinha visto numa prova de Triatlo. Afinal eles andem aí…

Natação… porreiro, Ciclismo… porreiro, Atletismo… porra.
Cá estava o clássico empeno em 3 fases. Felizmente era um Sprint, caso contrário tinha sido uma sova do caraças.
No final, o prazer de uma conversa com os amigos sentados à sombra de uma palmeira e o sentimento partilhado de dever cumprido. Só faltava mesmo o queijinho e um presuntinho.

Fica para a próxima...

quarta-feira, julho 16, 2008

PNPG - Parque Nacional Peneda-Gerês


Depois do Ultra Trail Geira Via Nova Romana, nada melhor do que passar uns dias de férias no Parque Nacional do Gêres a trilhar algumas Serras para descontrair.

Enquanto entrava no ritmo descontraido do Gerês, fiquei a conhecer o artista local que desenhou os incriveis quadros em grafite que estavam expostos no restaurante do Parque de Campismo. Grande artista e grande conhecedor da Serra e suas gentes explicou-me todo o processo e os diferentes temas dos quadros expostos.
No final da nossa longa conversa, já tinha indicações para percorrer um dos trilhos mais bonitos do Gerês, acessível apenas para os mais aventureiros pois ainda se encontra fora dos roteiros turisticos do PNPG.

Algures no trilho do Monte.

Espanha aqui ao lado...

Pé do Cabril.

Sem marcas de presença humana


E muito mais há para ver, descobrir e aprender nestas Serras que conquistaram a alma de Miguel Torga.
Sem dúvida um destino a repetir...

quinta-feira, julho 03, 2008

Ultra Trail Geira Romana - 1 Junho 2008


A Via Romana nº 18 do Itinerarivm Antonini ( um roteiro do séc. IV que chegou até nós), popularmente conhecida por “ Geira” é uma das estradas militares construída presumivelmente no ultimo terço do séc. I d.C., ligando Bracara Avgvsta (actual Braga) a Astvrica Avgvsta ( actual Astorga). Num percurso total de 215 Milhas.

Percurso de Bracara Avgvsta a Astvrica Avgvsta.

As características da estrada romana da “Geira”, aliando uma construção sólida a um traçado harmonioso, e o facto de ser durante séculos a melhor e talvez única via que atravessava a Serra do Gerês, tornando-se uma rota quase mítica para os povos da região, que a foram restaurando e utilizaram praticamente até ao nosso século.

No seu percurso, ainda hoje se assinala o traçado entre as milhas XXVII e XXXIV, na sua maioria evidenciadas por grupos de Milíarios, muitos dos quais epigrafados e cuja densidade por milha é um facto sem paralelo no mundo romano.
Nota: Os miliários eram marcos colocados na margem das principais vias romanas, a cada mil passos (o que corresponde a 1480 metros).

Marcos Milários na Mata da Albergaria – Milha XXXI

Já agora, só por curiosidade, a Via Romana da Geira, também consta da rota dos Caminhos de Santiago em Portugal, por na Idade Média ter começado a ser percorrida pelos peregrinos ostentando a simbólica vieira.
É caso para dizer... Todos os caminhos vão ter a Santiago.